Alergia na Pele

A pele reage. Às vezes rápido, às vezes devagar. A coceira começa antes de você perceber quando tocou no que causou aquilo. Um pano quase áspero demais. O sabonete com perfume “refrescante”. O suor preso debaixo da camiseta sintética.
A alergia na pele é o corpo reagindo a algo que ele entendeu como ameaça, mesmo quando não deveria ser.
Isso não é só “vermelhidão”. É sistema imunológico liberando histamina, aumentando o fluxo de sangue, abrindo espaço para células de defesa chegarem. A superfície da pele sente tudo isso como ardência, coceira, calor. Por isso, a alergia não é apenas uma marca. É uma sensação.
Quando a pele resolve reagir
A pele funciona como uma barreira: camadas organizadas de células e lipídios que seguram água dentro e irritantes fora. Quando essa barreira enfraquece (por banho quente, sabonete forte, clima seco, fricção), substâncias que antes seriam ignoradas agora atravessam.
Quando atravessam, encontram mastócitos. Esses mastócitos liberam histamina. E a histamina abre o caminho para inflamação.
É por isso que hidratação não é “dica de beleza”. É parte do tratamento. Pele seca é pele vulnerável.
Sintomas que têm ritmo próprio
A coceira quase sempre vem primeiro. Depois a vermelhidão. E então aquela sensação de pele quente, “esticada”.
Dependendo da intensidade da reação, surgem pequenas pápulas, placas, descamação. Em quem coça muito, podem aparecer até fissuras. E fissura é porta aberta para infecção secundária. Não é estético. É mecânico.
Quando a crise é forte, o corpo entra num ciclo: coça → inflama → coça mais.
Tratar é interromper o ciclo, não só “passar pomada”.
Gatilhos comuns no cotidiano
Alergia na pele não precisa de produto exótico para acontecer. Ela mora nas pequenas coisas.
- Banho quente: remove os lipídios da barreira cutânea.
- Sabonete perfumado: fragrância é uma das principais causas de dermatite de contato.
- Amaciante de roupas: resíduo no tecido mantém contato constante com a pele.
- Suor parado: sal + calor + fricção irritam facilmente.
- Bijuteria com níquel: reação clássica atrás da orelha ou no pescoço.
Não é a pele que é fraca. É o ambiente que ficou agressivo.
Tipos mais comuns (e como diferem)
Dermatite de Contato
Quando a pele encontra uma substância que irrita ou sensibiliza. Pode aparecer em minutos ou horas.
Aqui, a chave é identificar o agente. Sem isso, o tratamento fica rodando em círculo.
Eczema (Dermatite Atópica)
Pele muito seca, sensível, que reage ao calor, suor, stress.
Aqui, o foco é recompor a barreira diariamente, não só tratar crise.
Urticária
Placas vermelhas que coçam muito e somem rápido.
É mais sistêmico. Muitas vezes ligado a alimento, medicamento ou histamina elevada.
Esses nomes não são categorias médicas distantes. Eles mudam como tratar.
Diagnóstico é conversa + pele + contexto
O alergista investiga o sistema imunológico e histórico de sensibilidade.
O dermatologista avalia o estado da pele, se há lesão, fissura, infecção secundária.
Testes possíveis:
- Teste de contato (patch test): identifica substância específica.
- Exames de sangue: avaliam marcadores de inflamação e resposta alérgica.
Mas o diagnóstico real acontece na frase:
“O que estava acontecendo no seu dia nos dois dias antes da crise?”
Porque alergia é contexto, não só substância.
Tratamento: pensar causa antes do produto
Tratar alergia não é escolher “a pomada certa”. É reduzir a inflamação e reconstruir a barreira.
- Anti-histamínico reduz coceira interna.
- Corticoide tópico reduz inflamação (uso curto, orientado).
- Hidratante com ceramidas recompõe a barreira.
- Sabonete sem perfume evita fricção química diária.
Banho morno, água rápida.
Pele enxuta sem esfregar.
Hidratante logo após sair do banho, quando a pele ainda está úmida.
A diferença está no ritmo, não no produto.
Situações do dia a dia onde a crise aparece
- Dormir com roupa recém lavada com amaciante.
- Passar pano em casa com detergente forte, sem luva.
- Treino ao ar livre + suor secando na pele + vento.
- Coçar “só um pouco” antes de dormir e acordar com a pele toda irritada.
Nada disso parece “grande coisa” enquanto acontece. Mas o corpo não negocia com contexto.
Quando procurar ajuda
Quando a coceira tira o sono.
Quando a pele racha.
Quando começa a arder mais que coçar, porque isso indica inflamação mais profunda.
Quando surge pus ou mau cheiro (sinal de infecção secundária).
Nessas horas, não é sobre estética. É saúde cutânea.
 Clínica de Alergia
				Clínica de Alergia (11) 93013-4014
 (11) 93013-4014